segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Ilhas de Bruma


«Ainda sinto os pés no terreiro
Que os meus avós bailhavam o pezinho
É que nas veias corre-me basalto negro
E nas lembranças vulcões e terramotos

Por isso é que eu sou das Ilhas de Bruma
onde as gaivotas vão beijar a terra

Se no falar trago a dolência das ondas
O olhar é a doçura das lagoas
É que trago a ternura das hortênsias
E no coração a ardência das caldeiras

Trago o roxo, a saudade, esta amargura
E só o vento me ecoa na lonjura
Mas trago o mar imenso no meu peito
E tanto verde a indicar-me a esperança».

(Manuel Medeiros Ferreira)


Atlantikgirl

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